Residência Biancarosata no Campos do Conde em Paulínia - 2009

A composição do telhado desta casa se dá pela somatória de jogos de duas águas, ora perpendiculares, ora paralelos.

A exemplo de outros projetos deste arquiteto, a entrada social, na rua frontal, é dissociada da entrada de serviços, na rua lateral do lote.

O conceito de beleza varia de pessoa para pessoa. Mesmo assim, algumas obras são vistas pelo senso comum como mais bonitas do que outras, e não existe uma ciência exata para isso, apenas alguns parâmetros. Por vezes, arquitetos tentam encontrar a beleza nas formas inusitadas e na escolha de materiais diferentes. Mas isto não impede que se chegue ao mesmo objetivo adotando soluções cujas características são plenamente conhecidas.

Outra ilusão, alimentada em parte pela mídia propagadora do consumo pelo consumo, e em parte pela associação imediatista de qualidade à quantidade, se refere ao tamanho de uma construção. Então, casas que impressionam mais seriam as casas maiores. Obviamente isto não tem sustentação na prática. É lógico que uma mansão chama muita atenção, mas até uma choupana, quando bem feita, pode fazer brilhar os olhos de quem folheia uma revista ou visita um site.

A cozinha se comunica com a sala de jantar e esta com as áreas externas. Ambiente é dividido apenas por um balcão com duas alturas, cuja diferença foi preenchida com pastilhas cerâmicas.

Nos sanitários, as bancadas são adornadas com o mesmo tipo de pastilhas vistas na cozinha, conferindo unidade visual coerente em ambos os pavimentos.

A escada ganha expressão arquitetônica ao se posicionar entre a sala de estar em jantar, banhadas com iluminação natural num ambiente com pé-direito duplo.

Do alto da escada, na galeria de acesso aos dormitórios, é possível observar as salas do pavimento térreo, coma devida proteção de guarda-corpos de alumínio adornados com panos de vidro.

Esta residência, concluída em 2010, possui cerca de 182 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos. Com seu telhado aparente e cores claras, ela possui atributos muito comuns à várias casas de seu porte. Mas, de certa forma, a superposição destes elementos resultou num certo charme revelado pelos comentários espontâneos que este arquiteto - com grande satisfação - ouviu de alguns moradores das redondezas.

É por isso que nem todo trabalho é remunerado apenas com valores monetários.

Janelas seteiras basculantes e blocos de vidro alinhados verticalmente cumprem a função de iluminar os ambientes internos sem tirar a privacidade necessária dos mesmos.

O abrigo dos automóveis se converte em área de lazer nos fins de semana. O volume saliente para encerrar a caixa de água não foi coberto com telhado embutido, como se vê com certa freqüência em outras casas.

Dica do arquiteto: um bom programa residencial é aquele que fica adequado ao loteamento em que está destinado. Construir um palacete numa região pouco valorizada pode representar um investimento sem retorno. Do mesmo modo, não se deve desperdiçar um terreno amplo e caro com a construção de um caixote sem personalidade. Encontrar o "nicho de mercado" é o segredo.

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4 comentários:

  1. Que coisa, na minha cidade nao pode ter nenhuma janela encostada no passeio, e pelo menos 3m de afastamento frontal! Essa casa nao poderia ser construída de modo algum aqui.

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  2. Prezada Ariane,
    Reveja as fotos com atenção, usando o portão do abrigo como referência. Você verá que os recuos frontais e laterais existem nos rigores da sua cidade.

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  3. Concordo Jean, acredito que tenha até mais de 3 metros.

    Ótimo trabalho.

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