Siena - 1998


Dois de Julho, não importa o dia da semana ou o ano. Boa parte da Itália se mobiliza para acompanhar pela televisão a aglomeração dos "tifosi" ensandecidos nesta praça. Em forma de cunha, com vértices fechados e palácios medievais como moldura, este recinto está prestes a receber mais um tradicional "Pálio de Siena". Uma corrida de cavalos disputada entre os expectadores e os paredões, que conformam um percurso notóriamente perigoso devido às severas inclinações do piso.

São aproximadamente dez "jóqueis" vestidos com a pompa nostálgica que a ocasião requer para três voltas inesquecíveis. Estão em jogo a glória suprema do vitorioso e em casos extremos, a morte, mesmo que seja a poucos metros da linha de chegada. Uma queda, seguida de pisoteamento pelos cavalos que vierem atrás. Ou o encontro infortúneo com blocos maciços de pedras centenárias das edificações localizadas nas curvas.

O risco de vida, tanto para cavaleiros como torcedores, parece ser apenas mais um fator de atração para o evento. Um misto de coragem e medo, o perigo iminente entre a largada e a consagração. Mas, se o assunto é a cultura de um povo, não se deve fazer julgamentos... A placa de proibição, em destaque na ilustração, foi tirada das sombras (por computação gráfica) para nos lembrar disso.

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