Igreja Presbiteriana de Paulínia no Parque dos Servidores - 2008/2012

Fachada da Igreja Presbiteriana de Paulínia no Parque dos Servidores, no dia de sua inauguração, em 04 de março de 2012.

Em 2008 a Igreja Presbiteriana de Paulínia encontrava-se num dilema, pois não tinha mais como expandir as instalações de sua sede no município, localizada num pequeno terreno da região central. A solução foi buscar uma nova área, num pólo de crescimento da cidade. O loteamento escolhido foi o Parque dos Servidores, próximo do Parque Bom Retiro e dos loteamentos fechados Villa Lobos e Yucatan.

Como não havia um arquiteto no seio da comunidade, a diretoria da entidade recorreu a um arquiteto luterano, pela afinidade protestante histórica entre tais denominações cristãs, e também pelo motivo deste profissional ter realizado projetos de cunho particular para alguns de seus membros.

Convite feito, e prontamente aceito, logo passaram a este arquiteto qual era o objetivo principal do projeto: que ele fosse concebido para parecer uma grande casa moderna, que abrigasse uma grande família. Em suma, não desejavam que fosse construída uma igreja nos moldes tradicionais e sisudos de antigas comunidades.

Pavimento superior com 257m². A cor azul representa as acomodações do auditório. Já ás áreas em marrom identificam as salas de apoio didático e administrativo.

Pavimento térreo com 411m². A cor verde está relacionada aos sanitários, copas e depósitos, ao passo que a cor amarela equivale ao vestíbulo de acesso e demais dependências de circulação.

Após um período de estudo de outras comunidades presbiterianas, e baseado na recente participação de um concurso de ideias para uma capela luterana, o partido do projeto foi concebido como uma caixa dentro de outra, de modo semelhante ao que ocorre nos teatros. Ou seja, a nave central da igreja seria protegida acusticamente e visualmente do mundo exterior, através de outras dependências do programa proposto, bem como a adoção de um hall de acesso e convívio entre os participantes dos cultos.

Como era de se esperar, várias ideias iam sendo incorporadas nos estudos, que eram sucessivamente apresentados e discutidos, ora com a diretoria, ora em assembleias mais amplas. Finalmente a versão final do projeto foi aprovada pela comunidade, e os desenhos foram apresentados num evento realizado em espaço cultural do município. Vale registrar que tanto a aquisição do terreno quanto a construção do templo foram realizadas com recursos próprios - sem incentivos financeiros do poder executivo ou legislativo local.

Arte digital sobre croqui da primeira versão do projeto, idealizada no ano de 2008. 

O templo situa-se numa importante avenida, de fronte a uma rua perpendicular em declive.

Aspecto da edificação para quem vem do centro da cidade em direção ao Parque Bom Retiro.

O terreno da igreja, com cerca de 1000 m²,  fica numa esquina, por onde é feito o acesso principal.

Outra premissa do projeto foi a adoção de conceitos de acessibilidade universal, com vagas reservadas no estacionamento para pessoas com necessidades especiais, bem como sanitário específico e elevador de uso exclusivo. Todas as restrições urbanísticas do município foram atendidas, o que incluía severos afastamentos frontais, laterais e de fundos, impondo limites de construção que precisaram ser explorados ao máximo.

Entre planejamento e conclusão da obra se passaram quase quatro anos. Durante a construção verificou-se a necessidade de salas adicionais no pavimento superior e, felizmente, tanto a laje piso quanto as fundações foram dimensionadas prevendo esta possibilidade. A atualização do projeto foi apresentada tanto na Prefeitura Municipal de Paulínia quanto no Corpo de Bombeiros.

O estacionamento conta com 18 vagas projetadas, duas das quais reservadas para portadores de necessidades especiais.

Antes de entrar no auditório, que em locais religiosos recebem o nome de "nave",  temos um hall de entrada semelhante ao que ocorre num teatro.

A acessibilidade universal está presente na obra, o que inclui um sanitário com barras de apoio para cadeirantes.

Um elevador leva idosos e pessoas com restrições motoras ao pavimento superior. O corredor se alarga na entrada do mesmo, para permitir um giro completo de cadeira de rodas.

Visão central do altar a partir da galeria situada no mezanino. O pé direito duplo propicia a visão da tela de auxílio para os cultos.

O pavimento térreo do auditório tem capacidade para 178 pessoas sentadas.

As galerias superiores oferecem lugar para mais 96 pessoas. Ao todo, 274 pessoas podem participar do culto,  número que não inclui pastores, músicos e técnicos de som e imagem.

O projeto da Igreja Presbiteriana de Paulínia no Parque dos Servidores foi marcante na carreira deste arquiteto, não só pela importância social desta instituição na história do município, mas também pela oportunidade de aprendizado em função de vários aspectos que não são abordados em projetos residenciais e comerciais. Talvez por isso, o convite para participar do culto inaugural tenha sido motivo de honra para o mesmo.

Vídeo registra trechos do primeiro culto realizado no local.



P.S.: para saber mais sobre a Igreja Presbiteriana de Paulínia, visite o site da comunidade:

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