Celebrar o Natal é um ato de resistência

Feliz Natal! Feliz Ano Novo! (foto: Jean Tosetto)
Feliz Ano Novo!

A cultura ocidental é fundamentada num tripé composto pela ética judaico-cristã, pela filosofia grega e pelo direito romano. A soma destes princípios evoluiu lentamente até culminar na organização da sociedade tal qual a conhecemos hoje.

Sabemos que a sociedade não é perfeita, e nunca será. Mas os países que adotam a cultura ocidental são aqueles que ostentam valores democráticos e prezam pela liberdade do indivíduo, incentivando o mérito para a sua capacidade de estudar, trabalhar e empreender. O mundo gira por causa dos empreendedores.

Novamente: excessos existem? Com certeza. Mas só uma sociedade realmente livre consegue se autorregular, buscando o equilíbrio necessário para a manutenção do progresso e do bem estar das pessoas. Mas o que isso tem a ver com o Natal?

Tudo.

O Natal simboliza o nascimento de Jesus Cristo, que bilhões de pessoas ao redor do mundo acreditam ser o Salvador. Sua origem judaica liga os seus ensinamentos a uma tradição milenar de leis disciplinadoras do antigo Israel. O cristianismo prosperou quando atingiu o coração do Império Romano, que por sua vez resgatava o classicismo grego nas artes e na arquitetura. Isso não foi obra do acaso.

Mesmo aqueles que não são religiosos, são influenciados pela proximidade de cada comemoração natalina, por ser uma festa que representa a principal data do comércio global. Muitos lojistas veem no Natal a possibilidade de equilibrar suas contas uma vez que, durante o ano, boa parte das empresas opera basicamente para recolher impostos. Não à toa, os empregos temporários são gerados no fim do ano.

Mesmo quando se cria a figura do Papai Noel, deturpando o conceito original do Natal, isto é feito para movimentar a economia e incentivar a meritocracia pois, como reza a lenda, "criança que não se comporta e não passa de ano na escola, não ganha presente."

Nas ceias de Natal, as famílias costumam se reunir e os excessos na comida e na bebida ocorrem. Eis que uma horda de comediantes e colunistas da imprensa e da internet soltam comentários ácidos sobre isso. Em parte eles têm razão, mas é preciso tomar cuidado com a satirização do Natal.

A sociedade está repleta de inimigos invisíveis da cultura ocidental - que nunca declaram guerra aos valores democráticos, religiosos e familiares, mas fazem tal guerra diuturnamente. Eles não aceitam aprimorar os valores da cultura ocidental: eles querem simplesmente erradicá-la.

Tais inimigos - que sempre se comportam como gente bacana e influente - querem fazer você pensar que o Natal é careta e hipócrita. Uma festa que alimenta o capitalismo - como se houvesse meio melhor de distribuir renda, fazendo girar a economia no fim de cada ano.

Os inimigos da cultural ocidental querem a ditadura de uma nova ordem mundial. Eles são inteligentes o suficiente para usar a própria democracia para minar a sociedade, dividindo as pessoas em pequenos grupos. Em algum momento de sua vida, você se sentirá como parte de uma minoria oprimida, e se colocará contra o seu melhor amigo.

Graças ao "politicamente correto" (muito cuidado com o "politicamente correto") as pessoas podem brincar com os aspectos do Natal despreocupadamente, mas ai de quem soltar um comentário considerado fora do tom sobre qualquer minoria - seja ela étnica, sexual, social ou cultural. Políticos, artistas e jornalistas já tiveram carreiras arruinadas por frases mal colocadas.

O que é mais difícil de quebrar, no entanto, são os valores familiares e religiosos. Quando eles conseguirem tirar isso de você, vão abrir um rombo na sua "couraça" mental, e você se tornará um deles, sem desconfiar de nada. Nos países onde isso já aconteceu, os regimes totalitaristas que se formaram não estabeleceram uma nova ordem, mas apenas o caos.

Devemos combater o caos.

Comemore o Natal sem culpas e sem medo de ser rotulado, mesmo sabendo que o "politicamente correto" não vai te proteger disso. Sua família é o seu maior bem. Você pode não ser religioso, mas não caia na tentação de acreditar que tudo se resume ao materialismo. A vida é muito mais do que isso. O acaso não existe.

A vida precisa ser celebrada. E se comemorar é relembrar em conjunto, que o Natal continue sendo a festa mais bonita do ano. O Natal é a nossa forma de resistir a uma guerra não declarada contra o fim da nossa própria sociedade.

Feliz Natal!

- Jean Tosetto

Um comentário:

  1. Amigo Jean!

    Esse seu artigo dá para fazer uma bela tese de mestrado. Independente das esferas religiosas a que todos pertencem, há de haver um consenso: Os valores e as tradições familiares do natal sempre foram e devem continuar sendo criadas dentro do amor, fraternidade, união e comunhão para partilha de nosso maior presente: A vida!

    Isso não é ser "politicamente correto" e sim "verdadeiramente humano".

    Abração meu irmão. Estamos juntos!

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