Uma casa é um abrigo para família e uma proteção de capital em tempos adversos

Piscina elevada sobre jardim no quintal de um sobrado construído com esmero.
Piscina elevada sobre jardim no quintal de um sobrado construído com esmero.

Uma conversa livre, proposta por alguém que já acumulou algumas milhas na jornada do trabalho e dos investimentos - mas ainda tem idade para aprender.

O trabalho de um arquiteto é uma fonte de satisfação pessoal, mas também tem seus dissabores. Um deles é que o profissional depende de uma série de pessoas numa obra, sobre as quais ele tem pouca ou nenhuma influência, a não ser que ele também seja o executor-chefe dos serviços. 

Então, se um arquiteto focado em fazer projetos e apenas o acompanhamento de obras (sem se envolver na administração ou gerenciamento delas), for alguém muito detalhista e perfeccionista, sofrerá muito com cada pequena mudança que porventura ocorrer em seus projetos. É preciso prever uma margem de tolerância para tanto, pois sempre haverá um vendedor de tinta oferecendo um tom diferente do especificado, um marceneiro sugerindo encaixar uma gaveta a mais no armário, um eletricista querendo dividir a caixa de disjuntores em duas. 

Se são coisas que não alteram a a estabilidade da estrutura e não mudam a metragem dos pavimentos, por exemplo, é bom o arquiteto fazer vista grossa para certos pormenores e guardar energia para defender a integridade daquilo que é essencial no projeto. Levei muitos anos para constatar isso. Se você é estudante de Arquitetura ou recém-formado, guarde isso que acabou de ler.

Porém, por vezes o arquiteto tem um cliente que é ainda mais detalhista e perfeccionista do que ele mesmo, indo além daquilo que foi formalmente acordado. Quando estamos diante de um contratante super caprichoso, não devemos podar seu entusiasmo pela construção, mesmo que ele resolva alterar algumas pequenas coisas que você desenhou. Isso não é o fim do mundo. Pelo contrário, a obra em questão passa a ser um lugar melhor, pois as pessoas que vão morar ou trabalhar nela, depois de pronta, sentirão uma energia legal, mesmo sem saber se expressarem a respeito.

Acredito que seja o caso da residência da fotografia que abre esse texto. Meu contratante, em verdade um amigo, cuidou de cada centímetro quadrado dela. Ele plantou, pessoalmente, todas as mudas que compõem o paisagismo das áreas livres. Quando fui convidado para ver a obra pronta, depois da limpeza final, tive vontade de oferecer minha própria casa e voltar uma diferença, pois ele construiu o sobrado com a intenção de vender, e a minha ideia era chamar minha esposa para ver a casa também, já imaginando que poderíamos morar nela.

Sem querer estragar o astral do meu cliente, disse para ele, com a franqueza que se espera dos amigos, que ele não fez uma casa para vender: ele fez uma casa para morar. Sim, são coisas bem diferentes. Quem faz casa para morar instala todos os equipamentos de ar condicionado, por exemplo. Quem faz casa para vender deixa apenas as esperas. E assim poderíamos descrever várias coisas que o meu contratante fez, mas que alguém acostumado a vender casas nem se importa (e não tiro a razão de ninguém).

Por tudo isso, considero que quem comprar essa casa, no VillaFranca em Paulínia, fará um ótimo negócio, pouco importando o preço. Não repetirei os detalhes do sobrado aqui, pois já os apresentei neste mesmo site, por meio deste link e pelo vídeo postado a seguir.

Antes que você pergunte o preço - e você concordará que esta página não é destinada para isso - deixe-me explanar um pouco sobre a importância de investir bem o suado dinheiro conquistado ao longo de anos de trabalho duro, especialmente nas épocas de crises - e por falar em crises, estamos bem servidos delas: pandemia, guerra, inflação.

Como um arquiteto que escreve livros sobre o mercado financeiro, não sou radical para apontar qual é o melhor caminho. Tem gente com pavor da Bolsa de Valores que só investe em imóveis. Estão errados? Não. Outros não querem saber da burocracia inerente dos imóveis e colocam suas economias em renda fixa e variável. Estão errados? Também não.

Tudo é uma questão de equilíbrio emocional somado com conhecimento. Sem esses predicados, dá para perder muito dinheiro no mercado de capitais ou nos imóveis. Mas quem os domina, vai em frente sem parar. Aquele que consegue investir tanto em imóveis como no mercado financeiro, provavelmente estará mais protegido dos riscos, com retornos satisfatórios.

No caso dos imóveis, o que manda em primeiro, segundo e terceiro lugar (depois vem outros aspectos) é a localização. Uma casa construída num bairro bem posicionado, numa cidade de crescimento sustentável, valorizará com o tempo e ganhar da inflação no longo prazo. Com certeza é muito melhor do que deixar o dinheiro parado na caderneta de poupança.

Agora, quem já tem casa própria, precisa estudar o investimento em ações e fundos imobiliários para ontem. Mas isso é assunto para outra ocasião. Nesta oportunidade, é preciso registrar a beleza desta casa, que tive o prazer e a honra de projetar.

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