Edifício Mestrinier - 2005

Jardim dos Calegaris - Paulínia - SP

A Panificadora Calegaris possui ótima localização na Avenida dos Expedicionários, com estacionamento frontal que pode ser usado inclusive por clientes do pavimento superior.

O partido deste projeto está dividido em dois blocos, de dois pavimentos cada. No bloco frontal fica a parte comercial, que compreende uma panificadora no pavimento térreo, com área de atendimento separada da produção, além de duas salas para locação no pavimento superior, com sanitários privativos e generosas fontes naturais de luz. O segundo bloco, aos fundos, é composto por um apartamento residencial, com duas suítes, cozinha servida por lavanderia e sala de estar aberta para a escada, com vaga reservada para automóvel - posterior ao recuo frontal de seis metros, obrigatório em avenidas de Paulínia.

É um programa extenso, se for levado em conta que o terreno da construção possui apenas 250 metros quadrados e somente 10 metros de testada. Aqueles seis metros de recuo frontal equivalem, portanto, a 60 metros quadrados, a menos, para comportar todas as necessidades do casal de contratantes. Mas elas foram atendidas.

Nesta obra, parte dos recursos investidos foram financiados junto a uma empresa de renome nacional, que impôs condições básicas para as liberações mensais dos valores correspondentes a cada etapa construída. Entre elas estava a confecção do cronograma físico e financeiro, que determinaria o andamento dos serviços, especificando a quantidade dos materiais gastos em cada pormenor da empreitada, assim como a atribuição dos custos da mão-de-obra. Um engenheiro fiscal da financiadora passava mensalmente no canteiro de obras para conferir a situação e autorizar a liberação de recursos.

Além do projeto arquitetônico, a obra contou com o detalhamento das estruturas de concreto armado, além dos projetos complementares de instalações hidráulicas e elétricas. Antes de iniciar os desenhos, porém, foi necessário visitar a antiga panificadora do contratante, para fazer um levantamento de seus equipamentos e estudar a melhor forma de ordená-los em seu novo local. Durante a etapa do acabamento, a especificação das cores das paredes, assim como dos tons dos revestimentos, contou com a colaboração da decoradora Viviane Pereira (19-9654-7677), amiga do casal.

A disposição dos equipamentos da produção de pães (leioute para uns, lay-out para outros) foi concebida para funcionar no sentido anti-horário.

Nas instalações hidráulicas, as águas de chuva (pluviais) devem correr em separado das águas servidas (esgoto). Caixas de inspeção e de gordura também são fundamentais.

O projeto das instalações elétricas, como sempre, foi confiado ao Engenheiro Sylvio Zanetti, um parceiro de longa data.

As empenas cegas do conjunto estão orientadas para o sol poente - que é o mais quente - uma vez que são pelas aberturas de portas e janelas que o calor externo penetra com mais facilidade.

Breve história de Paulínia

Vista panorâmica da cidade em junho de 2007, a partir do Jardim dos Calegaris para o novo vetor de crescimento, no Parque Brasil 500.

Paulínia, que hoje integra a região metropolitana de Campinas, surgiu justamente como um desmembramento desta grande cidade, assim como as demais cidades de seu entorno, como Cosmópolis, Sumaré e Valinhos. Para compreender sua origem, é imprescindível mencionar o desenvolvimento da cultura do café e suas implicações para o surgimento dos primeiros núcleos habitacionais consistentes no século XIX.

Até então, a localidade onde se encontra Paulínia atualmente, era um sertão pouco explorado e ainda habitado por índios. Foram doações de terras por parte do governo da colônia que deram início ao seu paulatino desbravamento. Campinas surgia como nova força na produção do café e com a Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel em 1888, abolindo o sistema de escravidão do império, houve a necessidade de substituir a mão de obra escrava pela mão de obra de imigrantes europeus, basicamente italianos, no caso da então vila de São Bento.

Os grandes fazendeiros, naquela época, eram vereadores em Campinas e conseguiram financiamento para a construção de uma estrada de ferro na virada do século XX, conhecida como Funilense, por ligar a estação central de Campinas à Fazenda do Funil, que hoje é Cosmópolis. Em torno das estações foram se incrementado os tais núcleos habitacionais, que evoluíram para bairros, distritos e até mesmo cidades - como o Distrito de Barão Geraldo, a Vila José Paulino, o Bairro João Aranha. O nome de cada estação geralmente correspondia ao nome do proprietário de sua respectiva fazenda servida pela estrada. Mas havia outras denominações como Santa Terezinha e Santa Genebra.

A chegada de uma multinacional do ramo químico e têxtil (Rhodia), no início dos anos quarenta, coincide com a elevação da Vila José Paulino a condição de Distrito de Paulínia. Naquela época, o governo estadual vetava o uso nomes pessoais para batizar novos distritos e cidades. A arrecadação fiscal crescente em função da Rhodia, alterou os rumos econômicos do recém criado Distrito, reduzindo a importância da agricultura em seu cenário desenvolvimentista.

Nos anos cinqüenta chega um personagem importante e decisivo para a história de Paulínia. Trata-se de José Lozano Araújo, funcionário aposentado da Assembléia Legislativa de São Paulo. Conhecedor dos trâmites necessários para a criação de um município, ele aglutina forças com os representantes das famílias mais tradicionais do Distrito a ponto de realizarem um plebiscito, em 1963, culminando na autonomia do mesmo.

O Diário Oficial do Estado de São Paulo sanciona a criação do Município de Paulínia em 28 de fevereiro de 1964. No ano seguinte são realizadas as primeiras eleições, que elegeram o próprio Araújo como prefeito. Já os primeiros vereadores, que ainda atuavam em caráter voluntário, eram todos provenientes das famílias dos descendentes italianos que aportaram na cidade cerca de setenta anos antes, como Trevenzolli, Ferro, Beraldo, Pigatto e Motta, entre outras.

Na virada dos anos setenta, um novo e fundamental impulso na economia de Paulínia acontece com a implantação da Replan (Refinaria do Planalto). Nesse período ocorre uma explosão do contingente populacional, atraído pelo aumento vigoroso da arrecadação fiscal. Nessa década, viriam ainda outras multinacionais, como ICI, Du Pont e Shell Química, legando à Paulínia a condição de potência industrial no âmbito estadual e mesmo federal.

Até meados dos anos oitenta, Paulínia, por ser considerada área de segurança máxima de interesse nacional, fica impedida de eleger seus representantes no poder executivo e legislativo, sendo os prefeitos e vereadores nomeados pelo governo estadual. Nesse período, apesar da arrecadação astronômica, a cidade ainda mantém as mesmas características de outras, circunvizinhas, que dispunham de muito menos recursos.

Somente nos anos noventa uma nova mentalidade toma conta de seus governantes, que visam colocar Paulínia no mapa cultural e turístico brasileiro, dissociando um pouco a sua imagem de cidade com proeminência industrial. Obras de porte, como um sambódromo coberto e uma biblioteca virtual, assim como a demarcação de áreas verdes para exploração de seu potencial ecológico, com a estruturação do sistema viário, são fatores que fazem de Paulínia, hoje, uma referência nacional. Sem mencionar a qualidade dos serviços prestados à população, nas áreas da saúde e educação.

Publicado originalmente no extinto site Conheça Paulínia.


Salvatore Café Artesanal

O sabor elevado à categoria de arte.

No bairro nobre do Cambuí em Campinas, há uma curta e estreita rua de nome histórico, a MMDC, que encerra um pequeno conjunto de residências austeras sobre porões, construídas nas primeiras décadas do século XX, e que a especulação imobiliária ainda não descobriu. Ao passar por este lugar, se um Fusca azul claro for avistado estacionado em frente a uma delas, é sinal de que o Café Salvatore está aberto.

Há um portão lateral que conduz ao quintal, por um corredor largo e adornado com vasos e flores. Junto aos fundos da construção, há uma varanda grande o suficiente para abrigar um velho piano de madeira e um balcão - de certa forma improvisado - em frente a uma mesa comprida de bancos corridos. Logo em frente há uma cobertura de sapé, com pequenas mesas para quatro cadeiras, eventualmente usada para aulas de tango e exposições de quadros e esculturas.

Uma edícula, de cunho lateral, esconde dois lavabos de pé-direito baixo, atrás da sala onde se descortina a vista do equipamento usado para torrar o café, manufaturado sob encomenda em Espírito Santo do Pinhal, utilizando tecnologia italiana de caráter ecológico, uma vez que o aparelho não produz fumaça, apenas vapor. Talvez por isso seu café não sairá em apenas trinta segundos, como nas grandes redes ao modo fast-food.

Em compensação, ele não será servido num copo descartável, mas numa xícara personalizada, de bordas gordas e arredondadas. Com um pouco de sorte, o próprio Salvatore Alfonso - um ítalo-brasileiro que durante vários anos rodou o mundo atuando no ramo do comércio exterior - poderá serví-lo, sem antes lhe brindar com um tratamento informal e atencioso, que raramente é dispensado nas franquias que funcionam na base da rotatividade.

Nesta montagem, o equipamento do Salvatore se funde com a asa da xícara. Imagens de Araceli Avelleda, publicadas separadamente na edição 183 da Gazeta do Cambuí, em 13 de outubro de 2006.

Quem sabe ele possa contar, também, que ele mesmo produz o café, numa fazenda de quinze mil mudas em Guapé, no sul de Minas Gerais. No processo os agrotóxicos não são utilizados, o que oferece ao paladar de quem aprecia, o sabor de um café orgânico. Melhor ainda se a trilha sonora da ocasião for regada à bossa-nova, MPB ou Beatles. No piano do Salvatore, há espaço para o bom gosto musical, que por si só já vale a noite.

Há também um violão disponível para acompanhamento, mas é necessário que o próprio cliente o dedilhe. Dessa forma, se você conhece alguém que se habilite, convíde-o para uma "jam-session", mas leve também boas histórias para contar, pois o local é um pólo gerador de grandes debates sobre os valores positivos da vida. Lá, você acaba sendo apresentado para outras pessoas, com diferentes origens e modo de pensar.

Só não espere por um cardápio fixo - ele não existe. Cada visita implica em saborear um prato diferente, dentro das opções oferecidas naquele dia. Num canto do quintal, cercado de edifícios de apartamentos por todos os lados, há uma pequena horta para o cultivo de ervas e temperos típicos da comida mediterrânea, que por vezes enriquecem as pizzas feitas da maneira italiana, com massa fina e sem enxertos de catupiry.

O fato a lamentar é que, a cada vez você vai a este quintal, fica a impressão de que pode ser a última. As metrópoles do novo milênio não se importam muito com os conceitos acima descritos. Quem sabe da próxima vez já não veremos, no local, os tapumes de uma nova empreitada, que estampará na MMDC mais um arranha-céu de sacadas néo-clássicas, com acesso fácil para um shopping-center e guarita exclusiva para entregadores de esfihas.

Embalado em pacotes dourados, o Café Gourmet da Fazenda Serrano pode ser encontrado na Panetteria Di Capri da Cidade Universitária, no distrito de Barão Geraldo em Campinas.

A história continua:

Nhoque da boa fortuna

Residência do Casal Duarte - 2005

Jardim Europa - Paulínia - SP

No primeiro desenho apresentado, as esquadrias ainda eram de madeira, com arcos coloniais.

O arquiteto é um profissional que ao longo dos anos busca estabelecer uma conduta de coerência em seus projetos, baseada em seu repertório formal que, aos poucos, se enriquece com a experiência e com o aprendizado na prática. Mas isso não faz dele o dono da verdade, pois na arquitetura existem alternativas e as convicções do profissional não podem suplantar os ensejos de seus clientes, ao não ser em questões primordiais.

Neste exemplo, o casal de contratantes forneceu o programa básico para construção de uma casa térrea: dois dormitórios, uma suíte, copa e cozinha separadas por um balcão, sala de estar ampla, abrigo para dois carros, além da edícula de lazer. Um dos requisitos ficou claro: que as janelas frontais fossem de madeira, com arcos coloniais. Por mais que estejamos em um novo milênio, a grande maioria das pessoas, sabiamente, se apóia em conceitos seculares, que as façam sentir-se como seres humanos, e não apenas números numa sociedade tecnocrata.

Portanto, projetar uma casa com janelas coloniais não precisa representar um conflito aos ideais de um arquiteto formado com base nos conceitos contemporâneos. Afinal de contas não se trata de levantar paredes de taipa e pilão, com 50 centímetros de espessura, mas uma casa com materiais modernos e alguma referência histórica. Assim foi feito.

Na versão do projeto para aprovação municipal, as janelas da direita foram unificadas.

No entanto, após aprovar os primeiros estudos, logo o casal tomou gosto e afinidade pelas formas simples e harmoniosas do projeto, especialmente com a solução proposta para o telhado, distribuído em níveis conforme a determinação da projeção em planta baixa. Como o abrigo não possui laje, naturalmente a cobertura ficou rebaixada. Um dos cômodos frontais ficou mais recuado em relação ao conjunto, justificando empenas complementares para criar um terceiro nível de caimento das águas pluviais.

Durante a obra, o próprio casal optou por usar esquadrias metálicas sem arcos, retilíneas, tornando o resultado estético mais agradável. Nesses casos - de mudanças de formatos e materiais de esquadrias - não há necessidade de reapresentar o projeto na prefeitura local, desde que as condições de iluminação e ventilação estejam preservadas. E aqui teremos provavelmente uma residência cujas formas tendem a se preservar por mais tempo, garantindo um bom retorno aos valores investidos.

Após o término dos serviços, entretanto, a fachada ganhou sua configuração definitiva.

AC/DC em São Paulo - 1996

Em 1996, eu havia acabado de ingressar na casa dos vinte anos, e não imaginava que todo aquele entusiasmo e energia perante a vida iriam ser colocados à prova com o tempo. Estava feliz com meu Fusca azul 1972, que me levava para a faculdade, com uma trilha sonora bem diversificada: Creedence, Police, Beatles, Queen, e acreditem, Alphaville! O som mais pesado - pelo menos para mim - era Black Sabbath alternado com Led Zeppelin. Nada muito contemporâneo ou patriota, mas naquelas fitas cassete não havia a publicidade excessiva das rádios.

Meus amigos de então preferiam Deep Purple, Mettalica, Nirvana,Titãs, entre outros grupos. Obviamente quando surgiram os boatos de que o AC/DC iria se apresentar no Pacaembu, em São Paulo, ninguém ficou inerte! Mas confesso que, na ocasião, a lembrança que tinha da banda era bem vaga e distorcida, de quando eles tocaram no Rock in Rio de 1984, talvez por isso não mostrei muito interesse pelo show.

Dos quatro caras que andavam juntos, pelo campus da faculdade de arquitetura em Campinas, era de longe o mais comportado. O fato de preferir os Beatles não me deixava com muita moral para conversar sobre rock pesado com eles, por isso fiquei surpreso quando também fui convidado para a festa.

Você sabe, nessa fase da vida é muito importante sentir-se parte de algo, e se não éramos uma banda de rock e sequer um time de futebol de salão, pelo menos éramos “sócios” nos momentos de diversão. Resolvi aceitar. Até porque era o único que não bebia, e isso conta muitos pontos se você precisar dirigir mais tarde.

Seguimos para São Paulo. Coloquei uma botina preta, para não destoar do pessoal que estaria na Praça Charles Muller, esperando os portões do estádio se abrir. Um amigo me emprestou uma camiseta do Iron Maiden, para completar a “caracterização”. Depois li nos jornais que comentaram o espetáculo, que isso não era muito apropriado, pois Iron e AC/DC não são necessariamente da mesma praia. Tudo bem, ninguém se importou mesmo, e aliás tinha muita gente vestida com a mesma estampa...

Fiquei surpreso com a variedade de “tribos” que estavam misturadas naquele dia, não eram só adolescentes trajados de bermuda e gravata ao estilo colegial de Angus Young: havia muitos motoqueiros, punks, góticos, rebeldes sem causa, e até mesmo senhoras e senhores. A única decepção foi ao passar pelos portões do estádio, e ver os seguranças rasgarem nossos bilhetes bem ao meio (mas não eram serrilhados?), ficando com as letras “A” e “C”, deixando apenas o “DC” para lembrança.


Pisar sobre aquele gramado - desconsidere os compensados de madeira - foi uma experiência interessante, afinal de contas por ali passaram alguns craques do futebol que o brasileiro não esquece: Pelé, Rivelino, Ademir da Guia - só para citar os mais famosos. E lá estava eu - goleiro cuja trajetória felizmente foi interrompida pelos estudos - admirando aquela arquitetura erguida para ser o palco paulista da Copa do Mundo de 1950. Uma pena que a concha acústica tenha sido substituída no começo dos anos setenta pelo tobogã, apenas para aumentar a capacidade da torcida.

Mas o cenário estava adiante, tratava-se da turnê Ballbreaker, e ficou evidente que aquele castelo de pedras seria demolido pela bola de aço do guindaste à nossa esquerda. Isso ocorreu logo no início do show, e dentre os escombros, a banda surgiu! Comecei a entender o motivo de tanta ansiedade dos colegas, na semana anterior. Contagiada pelos primeiros acordes das guitarras, a platéia começou a pular num ritmo frenético. Ficar parado naquela hora seria suicídio, pois ser pisoteado num show de rock não costuma ser uma idéia sensata.

“Angus!... Angus!... Angus!...” Foi o nome mais pronunciado em cada interlúdio. Ele parecia sobre-humano naquele palco - uma leve brisa que batia contra sua face e resvalava em sua cabeleira, encobrindo parcialmente aquele olhar cortante, acentuava essa impressão. Seu modo de alternar o balanço das pernas incessantemente, e a sinergia entre ele e sua guitarra, prendia a atenção na maior parte do tempo. Já Malcolm Young e o baixista Cliff Williams pareciam os Irmãos Rocha da Corrida Maluca, tamanha semelhança de comportamento e modo de vestir, com os cabelos cobrindo os rostos.

Phil Rudd, o baterista, impressionou pela sua constância, da primeira até a última música. Brian Johnson, apesar do carisma comum aos vocalistas, não suplantou a estrela de Angus Young, mas ao contrário do que acontece em outros conjuntos, todos faziam bem o seu papel: há de se concordar que ser coadjuvante no AC/DC não é pouca coisa. Se há uma guerra de egos entre os integrantes do AC/DC, eles parecem disfarçar muito bem - tamanho o entrosamento demonstrado.

Não era preciso ser fã convicto - e num show como este você acaba se tornando um - para cantar os refrões, mais do que clássicos, da banda. “For those about the rock, we salute you”, é um exemplo. Os canhões explodindo em seus ouvidos são inesquecíveis. Parece que você sairá dali com a mesma carga, pronto para responder ao menor estímulo. Para aqueles que são adeptos da terapia do grito primal, recomendo não desperdiçarem uma próxima - e remota - oportunidade de ver um show deles aqui no Brasil.

O espetáculo acabou e lentamente nos retiramos daquele recinto, com a certeza de que tudo havia passado muito rápido. Até a faculdade, agora, já é passado! Cada um seguiu seu rumo e nos reencontramos muito pouco depois disso. Não serei hipócrita em afirmar que hoje o AC/DC é a minha banda favorita, mas fico orgulhoso ao mostrar um álbum do AC/DC para um amigo, numa loja de CDs, dizendo: “Você tem que ouvir isso, meu! Fui ao show deles!”.

Publicado originalmente no site acdc.hpg em julho de 2003.

Novo site no ar!


A partir de junho de 2007 o site www.jeantosetto.com contará com uma nova versão. Agora os visitantes poderão comentar o conteúdo de projetos, textos, fotos e desenhos - que ao longo dos anos foram incorporados a esta página.

Com a migração dos arquivos para o ambiente "Blogger", será possível atualizar o site com mais agilidade. A versão antiga, com recursos em "flash", ainda poderá ser acessada, através do endereço www.tosetto.net (atualizado: agora não mais).

Agradeço a todos que acompanham este trabalho, que a partir de agora será mais interativo. Dessa forma, nosso site estará sempre em construção!

Saudações cordiais,
Jean Tosetto - Arquiteto

Projetos

Contato
Projetos residenciais

Residência Aglaia - 2015~2016

Residência Marião - 2011~2013

Residência Rossato - 2012~2013

Residência Paiva - 2013~2015

Residência Faustini - 2011~2012

Residência Shirahige - 2012~2015

Residência Leite - 2013~2014

Residência Borges - 2011~2013

Residência Barcellos - 2013/2014

Residência Botelho - 2011~2013

Residência Baldin - 2010~2012

Residência Lovatto - 2010~2012

Residência Josan - 2008~2013

Residência Pedrazzi - 2011/2012

Residência Couto - 2012

Residência Mendes - 2011

Residência Corrêa - 2011/2012

Residência Cardoso - 2011/2012

Residência Sakanaka - 2010

Residência Silva - 2010

Residência Fonseca - 2009

Residência Biancarosata - 2009

Residência Castro - 2010

Residência Pereira - 2008/2009

Residência Rios - 2009

Residência Marchetti - 2009

Residência Schönenberger - 2007

Residência Bueno - 2007/2008

Chácara Hubner - 2007/2008

Residência Vilasboas - 2008

Residência Maia - 2008

Residência da Família Fibra - 2001

Residência Mantey Arantes - 2008

Residência Colturato Festi - 2008

Residência de Rogéria Neto - 2008

Residência Turtera - 2002

Residência Fibra Mantei - 2008

Residência do Casal Oliveira - 2006/2007

Residência da Boa Esperança - 2000

Residência Giacon - 2006

Residência LC Halley - 2002/2003

Residência da Família dos Santos - 2004

Residência da Família Grandini - 2000/2006

Residência Modelo II - 2006

Residência do Casal Duarte - 2005

Residência Modelo I - 2003

Residência do Casal Naloto - 2001/2002

Residência do Casal Landim - 2000

Residência João Teixeira - 2000

Residência em Chácara do Casal Bonfim - 2000

Residência Ronaldo Magioli - 2000

Residência na Rua Warner Motta - 2001

Residência do Casal Camargo - 2000

Residência Ildefonso de Paula - 2003

Residência do Casal Cerqueira - 2003

Residência Leila & Samuel Pereira - 2002

Residência do Casal Lima - 2001

Residência Ana Rosa Tosetto - 2003

Contato
Projetos comerciais

Galpão de logística da Transdora em Paulínia - 2014/2015

Escritório de Arquitetura - 2005/2006

Autocenter Jocape - 2006

Edifício Mestrinier - 2005

Clínica Jardim América - 2002/2003

Edifício Irmãos Cezarino II - 2003

Edifício Irmãos Cezarino I - 2002

Edifício Rubin Mantei - 1999

Agência dos Correios - 2003

Escritório da Contabilidade Balensiefer - 2000

Textos
Projetos institucionais

Primeira Igreja Batista em Jaguariúna - 2014~2016

Igreja Presbiteriana de Paulínia - 2008/2012

Capela do Seminário Concórdia - 2008 (concurso)

Residência Modelo I no Campos do Conde em Paulínia - 2003


O condomínio residencial Campos do Conde trouxe para Paulínia uma nova mentalidade sobre os empreendimentos imobiliários, com soluções diferenciadas em seu urbanismo e um forte trabalho promocional, envolvendo alguns dos principais engenheiros e arquitetos do município. Eles foram convidados pelos representantes da incorporadora para elaborar projetos sugestivos, que seriam expostos no estande de vendas, assim como em “folders” e folhetos publicitários.

Além de deixar implícito o padrão construtivo desejado, esses projetos servem para facilitar o contato dos eventuais compradores dos lotes com os profissionais da cidade, pois geralmente se tratam de investidores de outras regiões do estado, principalmente da Grande São Paulo, que buscam no interior novos ares para suas famílias. Quem aceitou o convite para fazer esse tipo de projeto teve que trabalhar muito - e rápido - pois o prazo de entrega era para “ontem”.


Para coibir distorções na forma de apresentação dos trabalhos, foi contratado o artista gráfico Jeremias Ortiz, atualmente radicado em São Paulo e muito requisitado para este tipo de trabalho. Leia a seguir o texto enviado ao editor do “folder” promocional do condomínio, para acompanhar a perspectiva do projeto:

“Construir uma residência é, sem dúvida, um dos melhores investimentos que alguém pode fazer. Os pragmáticos, que pensam apenas no retorno financeiro, sabem muito bem disso. Mas os idealistas vão além: vislumbram numa casa - além da garantia material - a possibilidade de viver parte de seus melhores anos de vida.

Para este segundo grupo de pessoas, ofereço um projeto equilibrado, valorizando a plasticidade das formas - que materiais simples podem compor e que a mão-de-obra local pode executar. Enfim, o sonho realizável.

Como beleza não é tudo, a praticidade também é prioridade: o abrigo com duas vagas dá acesso direto à cozinha e lavanderia - não é necessário passar com as compras pela sala de estar. A entrada social é reservada para enaltecer os amigos - os mesmos que devemos preservar a todo custo.

Conforto é essencial, não em termos de luxo, mas nos aspectos térmicos e luminosos, que evitam o uso de ar condicionado e lâmpadas acesas durante o dia. Para tanto, esquadrias generosas, protegidas do excesso de sol por sacadas e amplos beirais, que apontam para o infinito - para nos lembrar que o mundo não se resume ao lugar onde vivemos.

Construir uma residência não é necessariamente construir um lar, como alguns podem pensar, mas é um passo fundamental para que isso aconteça. Portanto, não estou tratando apenas de um projeto de arquitetura, mas também de um projeto de vida, e a vida é o nosso maior bem.

Jean Tosetto – Arquiteto”

O mesmo editor solicitou uma “pequena” síntese da matéria, para adequá-la ao espaço reservado para cada um na publicação. Abaixo o resultado, bem enxuto, que foi publicado:

“Este é um projeto equilibrado, que valoriza a plasticidade das formas, perfeitamente executáveis pela mão-de-obra local. A praticidade não deixa de ser prioridade e os acessos se dividem por setores: um de serviço - diretamente pela garagem, e um social - para enaltecer os amigos. Os ambientes são favorecidos por generosas esquadrias - protegidas por sacadas
e amplos beirais - propiciando ventilação constante e luz natural durante o dia.”

Residência do Casal Naloto - 2001/2002

Jardim Europa - Paulínia - SP


Quem vê uma obra acabada, ainda com o cheiro de verniz nos batentes, dificilmente imagina o “trabalho” que ela deu aos seus proprietários, e as horas consumidas pesquisando produtos e serviços de qualidade, com boas ofertas. E mesmo quem sabe que por ali passou muita gente - entre pedreiros, encanadores, eletricistas e carpinteiros - certamente não questiona sobre a procedência desses operários da construção civil.

No caso desta residência, não são poucos os que se impressionam quando informados de que a mão-de-obra foi parcialmente composta por aprendizes de uma entidade assistencial, coordenada por voluntários religiosos. Eles surpreenderam positivamente a quem desconfiava do resultado da empreitada, pois eram trabalhadores anônimos que, enquanto construíam uma casa, buscavam construir seus próprios destinos.

Alguns deles não tinham muita experiência, a outros faltava um pouco de habilidade, mas todos tinham muita vontade de acertar. Foram necessárias mais visitas à obra do que o normal, se valendo de uma didática diferenciada, para fornecer orientações técnicas mais detalhadas e, eventualmente, efetuar correções. O projeto em si tinha certa sofisticação, que mesmo equipes convencionais teriam alguma dificuldade de compreender.

Obviamente, como em qualquer obra - de qualquer porte – pequenas imperfeições ocorreram, e ninguém seria ingênuo em afirmar o contrário. Mas, tendo em vista as limitações adicionais desta mão-de-obra, é possível reiterar que o resultado foi mesmo surpreendente, até pelo fato da casa receber comentários positivos, dos transeuntes que a admiram do lado de fora.

Residência do Casal Landim - 2000

João Aranha - Paulínia - SP


São aproximadamente 680 m² distribuídos cuidadosamente sobre 1350 m² de terreno. Não é todo dia que um projeto como esse aparece na prancheta de um arquiteto radicado numa cidade pequena e habituado a dimensões mais modestas. Nessa hora, não dá para ser apenas “profissionalmente correto”. Você se vê obrigado a imprimir sua marca pessoal, buscando criar novas referências.

Das primeiras conversas com o casal, em julho, até a aprovação do projeto, em dezembro, um longo caminho foi percorrido, com informações sendo acrescidas a cada reunião. Sala de jantar com pé-direito duplo e mezanino, abrigo para quatro autos, cozinha planejada, sauna, salão de festas, duas piscinas. Os recursos e as necessidades estavam lá e era preciso orquestrar tudo com bom senso.

Todas as suítes foram orientadas para o sol da manhã, e áreas de serviços como lavanderia e cozinha, para o sol da tarde. As sacadas e beirais largos tornaram-se providenciais para contrabalançar a altura da construção, salientada por volumes que se destacam do telhado. As piscinas, acabadas em vinil, conformam-se num desenho composto, que hora permitem a prática de natação através de um raia alongada, e hora servem a jogos recreativos com bola plástica.



Nos três anos de construção, materiais nobres foram empregados nos diversos ambientes, como mármores e granitos em parte dos revestimentos, e madeiras de lei no assoalho e cobertura. As áreas exteriores receberam tratamento paisagístico, cujo desenho dos canteiros de flores são alusivos às formas das elevações. A escada foi dividida em três lances, sendo executada também em madeira maciça.

Apesar dos números relativamente elevados de cada aspecto da obra, esta residência não desperta nas pessoas aquela certa impressão de opulência e ostentação, típica em inúmeros exemplos espalhados pelos condomínios de luxo da região. Muitas até se perguntam por alguém construiria um “casarão como este” fora de um loteamento fechado. A resposta está, em parte, na simplicidade dos anfitriões, dignos expoentes da tradição mineira de bem receber os amigos.

Residência João Teixeira - 2000

Jardim Europa - Paulínia - SP


O desenho acima exemplifica com clareza um princípio básico de ventilação natural. A caixa da escada deste sobrado (porção central da seção) promove a circulação de ar entre os dois pavimentos. Sabe-se que o ar aquecido torna-se mais leve e tende, portanto, a subir, necessitando de uma zona de escape que normalmente não é prevista na maioria dos projetos.

É justamente essa a função dos elementos vazados em vidro, situados na região mais alta da cobertura (onde a laje foi interrompida e deu lugar a um forro inclinado de madeira). Ao deixar o ar quente escapar, o ar mais frio - próximo ao solo, é conduzido para o interior da casa, quando evidentemente portas e janelas estiverem ao menos parcialmente abertas.

A eficiência desse sistema será posta em cheque no entanto, se as áreas externas forem demasiadamente revestidas ou cimentadas, ou se a predominância da direção dos ventos do entorno for oposta ao sentido das aberturas de escape de ar. No caso desta residência, nota-se claramente que as expectativas iniciais da proposta se concretizaram.



Residência em Chácara do Casal Bonfim - 2000

Parque da Represa – Paulínia – SP


As residências de veraneio ou de campo, que são utilizadas durante os fins de semana, permitem certas liberdades no projeto que não são vistas numa residência em perímetro urbano.

Como os terrenos em geral são maiores e bem mais largos, é possível – de acordo com a ensolação – tornar as elevações frontais mais compridas do que às elevações laterais. Internamente não há inconvenientes em integrar a cozinha ao ambiente de estar e jantar, separando-os apenas por um balcão para refeições rápidas.

As varandas e portas balcões – características indissociáveis às casas desse tipo – arejam e oferecem alternativas de circulação entre as dependências. Neste exemplar, o abrigo para dois automóveis pode ser convertido em área de lazer, graças a churrasqueira da alvenaria aparente.



A configuração em “L” antevê a futura de instalação de uma piscina para recreação. Já o volume que se destaca no telhado tem a função de facilitar a limpeza periódica da caixa de água, sem a necessidade da pessoa se curvar para tanto.

Residência Ronaldo Magioli - 2000

Alvorada Parque - Paulínia - SP

Croqui com grafitePerspectiva inicial do projeto.

Lotes de esquina oferecem possibilidades adicionais para expressão arquitetônica. O fato da edificação poder ser apreciada por duas vias de circulação justifica esta afirmativa. Em outras palavras, além da elevação frontal, está em voga também a elevação lateral.

Esta casa porém, não se comporta de maneira facetada ("fachada principal, fachada secundária"), pois sua volumetria, para ser compreendida, necessita que o transeunte percorra o perímetro público do terreno.

Em síntese: são três blocos amarrados em vértices com ângulos progressivos. As possibilidades para ampliações estão previstas seguindo esta lógica.

Vista ampla
Casa quase prontaVista após conclusão da obra, ainda sem grade nas sacadas.

Fachada - nov 2006Na fotografia de novembro de 2006, as grades já aparecem.

Vista lateralApós um longo período de maturação, a obra se completa.

Residência na Rua Warner Motta - 2001

Jardim dos Calegaris – Paulínia – SP

Fachada em 2002Formas de poucos acordes que resultam numa bela harmonia.

Por vezes, são das limitações que se extraem os melhores projetos. Neste exemplo, o casal havia solicitado uma construção térrea, com um programa relativamente extenso incluindo uma suíte com closet, dois dormitórios simples, escritório, salas de estar e jantar, banheiro social e lavabo, além de uma edícula de lazer e garagem para dois carros. Detalhe: o terreno tinha apenas 315 m² e, para complementar, era de esquina, onde as leis municipais exigem recuos frontais e laterais.

Estava claro que seria difícil atender a solicitação dos contratantes. Mas um arquiteto nunca deve recusar uma proposta de trabalho. Deve ao menos tentar resolver a equação e, se for o caso, propor alternativas viáveis ao objetivo dos propositores. Foi, de certa forma, o que ocorreu nesta obra.

O abrigo foi deslocado para a rua lateral e incorporado à área de lazer, de modo que durante a semana seria ocupado pelos carros e, aos sábados e domingos, pelos eventuais convidados festivos. Mais de 25 m² foram “economizados” nesta operação. E em vez de separar o corpo da casa do corpo da edícula, eles foram unificados, facilitando o acesso da cozinha à churrasqueira e à lavanderia, eliminando o desconforto desse deslocamento em dias chuvosos.

A cobertura, de aparência sofisticada, na verdade possui um conceito bem simples de escoamento das águas pluviais. Desníveis topográficos, a torre da caixa de água (que facilita uma futura instalação de aquecedor solar), assim como as chaminés da churrasqueira e da lareira (que não foram afuniladas justamente para ganharem expressão), trataram de enriquecer visualmente o conjunto.

A fachada lateral - que também abriga o “foyer” da entrada social - ganhou ares de estilo americano, devido à sua extensão relativamente maior do que as fachadas de lotes de meio de quadra. Talvez por isso, e por suas demais qualidades, o casal que estava construindo esta residência tenha recebido uma proposta irrecusável de venda, a poucos dias do seu término. Certamente foram 170 m² que valeram cada centavo.

Fachada em 2008Imagem capatada em janeiro de 2008 mostra o crescimento da vegetação.

Residência do Casal Camargo - 2000

Jardim Europa - Paulínia - SP


Residências assobradadas tendem a produzir resultados estéticos mais consistentes do que os exemplares térreos de moradia. Especialmente em loteamentos abertos, onde se faz necessária a presença de portões e muros que visam segurança e privacidade.

Deve haver o cuidado dos arquitetos no entanto, para não caírem na tentação de “inventar” um telhado diferente e requebrado, sem uma função construtiva e racional. Apenas a justificativa do visual – ou porque o cliente teria frisado isto na encomenda do projeto – não é suficiente.


Novamente, as técnicas de conforto ambiental e de iluminação natural oferecem instrumentos norteadores das decisões que interferem e valorizam os aspectos plásticos da obra em questão: o volume central em destaque na elevação frontal, abriga a circulação em “U” para os cômodos do pavimento superior, resultando num ambiente de pé direito duplo.

O hall de recepção da casa, situado sob a circulação, recebe luz zenital, vinda da cobertura transparente protegida dos ventos fortes pelas paredes que se elevam do telhado cerâmico. Bandeiras paralelas e escondidas pela platibanda frontal, além de promoverem ventilação cruzada, funcionam como exaustores naturais de toda a edificação.


Residência Ildefonso de Paula - 2003

Jardim Europa - Paulínia - SP

Residência em junho de 2007.
Residência em junho de 2007.

Este projeto foi encomendado sob a orientação de um princípio - a economia; e com uma condição: que as esquadrias fossem do estilo colonial. O programa enxuto, com três dormitórios - sendo uma suíte, sobre salas de estar e jantar integradas à cozinha americana num espaço contínuo, foram distribuídos sobre 160 m² que incluem, ainda, abrigo para dois carros, área de serviço, lavabo e dispensa.

A tipologia adotada tem como referência projetos anteriores deste arquiteto, com os quais o contratante se identificou durante a escolha do responsável pela construção. Aqui, a sobreposição de beirais duplos, de laje em balanço somada à cobertura cerâmica, ganhou a inversão dos sentidos das quedas de águas pluviais, emoldurando e protegendo as portas balcões de madeira.

Comparação do croqui com a obra concluída.
Comparação do croqui com a obra concluída.
Comparação do croqui com a obra concluída.

Ao rebater esta solução na fachada lateral, o sobrado, que a princípio teria uma comportada configuração tradicional, ganhou ares de contemporaneidade, além de causar a impressão de se tratar de uma obra de maior porte. Com isso foi possível preservar impressionantes 3/4 do lote como área livre, passível para futuras ampliações.

Residência em fevereiro de 2014.
Residência em fevereiro de 2014.

Residência do Casal Cerqueira - 2003

Parque das Universidades - Campinas - SP


Localizado entre duas tradicionais instituições de ensino superior de Campinas - a Puccamp e a Unicamp - o Parque das Universidades tem sido notadamente procurado para locação, tanto por alunos como professores e pesquisadores das mesmas.

Com o intuito de oferecer a esta demanda um produto diferenciado, o projeto em questão foi encomendado para suprir perfeitamente às necessidades da própria família do contratante, uma vez que ele poderia optar por ocupar pessoalmente o imóvel.


Aliando economia de recursos à praticidade, foi possível incluir em apenas 122 m² de área construída, três suítes - uma sendo reversível em dormitório simples, mais banho comum - além do programa social e de serviço básico. Apenas abriu-se mão da segunda vaga de automóvel no abrigo. Mas num terreno de 360 m², o que não faltam são opções para a construção de uma edícula, área de lazer e piscina.

Residência Leila & Samuel Pereira - 2002

Jardim Nossa Senhora Aparecida - Paulínia - SP

O ofício da arquitetura certamente não pode ser visto como algo burocrático, que possa ser exercido mecanicamente, num horário predeterminado dos dias úteis da semana. Não raramente, a solução de um desenho exige reflexões, que se estendem noite adentro ou te interpelam em outros compromissos.

Foi o caso deste projeto. Um arquiteto sempre deve carregar em seu bolso uma caneta e um pedaço de papel. Nunca se sabe quando um "insight" pode ocorrer, ou alguma anotação tenha que ser registrada, para depois ser aprimorada criteriosamente na prancheta - ou monitor - do escritório. O croqui reproduzido aqui, por exemplo, foi concebido durante uma palestra enfadonha, cujo tema não vem ao caso mencionar.


Este trabalho guarda também uma satisfação pessoal, que foi ter como cliente a professora de matemática dos tempos do ensino básico - ou primeiro grau, como era denominado na época. Melhor ainda foi saber que a contratação não se deu por este motivo, mas por uma placa exposta em outra construção, que havia chamado a atenção.